sexta-feira, 13 de abril de 2012

Só sabe entrevistar aquele que já foi candidato

Eu ouço e leio todos os dias reclamações, sugestões, elogios sobre o posicionamento das empresas e dos selecionadores, na hora dos processos de recrutamento e seleção. E sempre me vem algo que eu ouvi, quando ainda era estagiária: "Só sabe fazer um bom processo, aquele que já foi candidato".Clique em "Mais Informações" e saiba mais sobre o assunto.



E o que isso quer dizer? Muitas vezes, para saber o que o outro, sentado à nossa frente em uma entrevista, em dinâmicas, pode sentir, falar, é necessário estar do outro lado.
Mas por que isso deveria acontecer? Já não falamos tanto sobre tratamento eficaz com relação a futuros funcionários, sobre a ética em processos seletivos, e mais questões?

     Por que ainda não nos redimimos a uma questão simples: ter ética? Bem, podemos entrar no complexo entendimento do que se diz sobre essa pequena palavra, mas, em pormenores, podemos afirmar que "devemos fazer ao outro, aquilo que gostaria que fosse feito em a nós".

     Parece algo tão simplório, mas, de repente, quando o candidato fala abertamente sobre algo, pontua alguma questão que o analista discorda, logo ele pode ser visto com maus olhos...

     Li uma reportagem da "Isto é", que comentava sobre uma revolução no mercado de trabalho vista apenas na época da Segunda Revolução Industrial. Ou seja, estamos passando por mudanças significativas e uma delas é que agora o candidato, aquele futuro funcionário, que muitas vezes é "folgado", "abusivo", "aquele que precisa esperar, porque é ele quem precisa", vai, aos poucos, tomando as rédeas em uma negociação de mudança de emprego, de salário, entre outras condições.

    É necessário entender que as pessoas estão tendo mais acesso às informações, aos fóruns de discussão. Ou seja, conseguem comunicar-se de forma mais eficaz por redes sociais. Então, quando o candidato chega à empresa, ele já vai munido de perguntas, informações e, caso algo seja descrito de forma incoerente, ele realmente vai questionar - sendo, assim, um fruto de uma mudança nas relações de trabalho.

    Também é preciso acrescentar que o mínimo de respeito deve ser exercido. Lembro-me de uma vez em que fiz uma entrevista e saí da empresa chorando, achando que não teria competência para o cargo. Fui aprovada nessa vaga, mas, por conta da situação na qual me senti constrangida, não aceitei a oportunidade.

    Não quis processar a empresa por conta do ocorrido, mas a legislação brasileira já recebeu casos como o que aconteceu comigo e os candidatos ganharam as causas.

   O candidato, além de ser um futuro funcionário, um cliente em potencial, é também um ser humano, que está ali, em uma situação delicada que é a fase de mudanças - mudança de cargo, salário, o que vai influenciar nos sonhos dele, em seus familiares, amigos, estudos, carreira...

   É preciso ponderar e verificar que tanto empresa quanto candidatos estão em equilíbrio: um precisa do outro para sobreviver. Então, tenhamos ética, tenhamos pensamentos novos sobre o novo que aparece em nossos escritórios, lojas, escolas e demais lugares de trabalho, para que possamos realmente mudar o pensamento de que o ser humano não é um simples recurso: ele é uma pessoa que move a empresa, os negócios e tudo o mais que envolve sua força de trabalho.


Autora: Edna C. Gonçalves
Fonte: rh.com.br

T.O.

0 comentários:

Postar um comentário