De acordo com uma pesquisa publicada recentemente pela RightSaadFellipelli, empresa de recursos humanos de abrangência mundial, este índice mostrou-se bem abaixo do esperado: apenas 13,79% possuem um programa formal de retenção. Realizada com mais de 300 executivos de diversas áreas de atuação, a pesquisa quis mostrar um panorama real sobre a existência ou não de programas estruturados de retenção de talentos nas empresas. Enquanto 37,93% desses profissionais afirmaram que suas empresas possuem um programa de retenção de talentos estruturado, 27,59% das empresas não possuem nenhuma sistemática para a permanência de executivos e 20,69% possuem apenas uma análise informal. A soma destes dois últimos percentuais mostra que quase 50% da amostra não possui um programa formalizado, o que pode ser uma surpresa para muita gente.
Na opinião de Rita SantAnna, diretora adjunta de RH do Banco Real, uma razão para a ausência de programas formais de retenção de talentos é a cultura imediatista que existe no Brasil. "Como passamos mais de 40 anos fechados para o mercado externo e com inflação em alta, os empresários acabavam focando seus investimentos em programas de curto prazo. As empresas brasileiras, em sua maioria, ainda não se acostumaram a investir para médio e longo prazo, por isso que eu acho que a pesquisa representa bem a realidade. A intenção é muito boa e todas dizem que têm, mas poucas conseguem implantar um programa de retenção na prática", afirma ela. Quantas pessoas de alta performance têm na sua empresa? Em relação aos altos executivos, a pesquisa da RightSaadFellipelli mostrou que 44,83% dos entrevistados acreditam que a empresa que trabalham possui menos de 10% de profissionais com esse perfil, 37,93% acham que existam de 11% a 30% de altos talentos, 13,79% acham que de 31% a 60% e 3,45% consideram que existam mais de 61% de talentos na empresa.A pergunta que fica é: o que é um talento? como diferenciar os profissionais de alta performance dos outros colaboradores medianos, sem parecer injusto e gerar intrigas na empresa? No Banco Real, por exemplo, o talento é aquele que "agrega várias competências técnicas e intelectuais; demonstra interesse pelo seu trabalho e pela empresa; tem ampla cultura geral; tem uma capacidade de adaptação rápida e flexível e, o mais importante, sabe lidar com gente, é um líder carismático; uma pessoa de impacto", explica a diretora adjunta de RH. O Banco possui um programa de mapeamento e identificação dos talentos focado no budget e na estratégia do negócio, que está estritamente ligado ao programa de retenção. "Para nós, a retenção está baseada no programa de desenvolvimento de carreira.
A partir do momento que identificamos o profissional high potencial, através de ferramentas específicas de mapeamento de talentos, passamos a investir nele, seja com programas de liderança e desenvolvimento gerencial, counselling e coaching, job rotations, estágios em outras áreas e até fora do Brasil", demonstra Rita. Dos 22 mil funcionários que o Banco possui hoje, cerca de 15 a 20% são potenciais talentos. Para auxiliar neste mapeamento dos profissionais de alta performance, o Banco conta com os comitês de carreira, que são conjuntos de executivos de áreas multifuncionais que discutem e validam as carreiras destes colaboradores. "São 16 comitês que reúnem-se periodicamente para avaliar o desenvolvimento dos funcionários. Como são mais de 20 mil pessoas, ficaria humanamente impossível avaliar todo mundo, por isso pegamos do cargo consultor técnico para cima. Estamos sempre de olho naqueles que se destacam. O interesse é tanto do profissional quanto nosso. Queremos, com isso, formar novos líderes e garantir que o processo de sucessão seja feito com tranqüilidade. Quando chegar a hora, os futuros executivos já estarão prontos para ocupar seus cargos", comenta a diretora adjunta de RH. Além de apostar no desenvolvimento do funcionário com cursos e estágios, o Banco Real ainda possui um programa de benefícios bastante agressivo, que inclui incentivo à qualidade de vida, assistência médica, previdência privada, automóvel, stock options, subsídios para academia de ginástica e cursos de idioma, graduação e pós-graduação e plano de pós-carreira, para executivos que estão prestes a se aposentar. Mas é claro que esses benefícios variam conforme o nível e cargo e, em alguns casos, é válido somente para executivos, como a permissão de uso de um carro da empresa.
Fonte: RH Portal
Autor: Camila Micheletti
FM
Postagens
0 comentários:
Postar um comentário