segunda-feira, 21 de maio de 2012

Cegonhas bem-vindas


O crescimento e a relevância da mulher no mercado de trabalho têm ganhado cada vez mais força. O que as empresas podem fazer para beneficiá-las durante a gravidez? Fornecer auxílio aos cuidados da criança pode afetar o rendimento da funcionária? Uma mãe pode ter sua carreira em ascensão com a ajuda de sua empresa? Clique em "Mais Informações" e saiba mais sobre o assunto.


Licença pós-natal para eles e transporte para elas irem amamentar os filhos são alguns dos benefícios oferecidos pelas empresas para reter talentos e valorizar a maternidade
Até 30 anos, era comum o Departamento de Pessoal solicitar exame de gravidez no processo de admissão. E muitas mulheres escondiam a aliança na bolsa na porta da empresa, omitiam no currículo o fato de serem casadas e terem filhos. Hoje, as organizações aperfeiçoam programas de apoio à gestante, prolongam a licença-maternidade e permitem saídas para que elas possam atender às suas demandas.

Na IBM, por exemplo, as gestantes podem agregar o período de férias à licença- maternidade; trabalhar em regime de home office e, durante a amamentação, têm o táxi pago pela empresa duas vezes ao dia para ir até em casa. Há reembolso para despesas com creche durante 18 meses. Com os pais não é diferente: a licença pós-natal permite que eles trabalhem em casa por quatro meses, dando apoio à esposa e aproveitando as delícias da paternidade nesse primeiro período. E mais: as mulheres voltam promovidas. Tudo para reter o talento.

É o caso da advogada Ana Santos, que trabalha há seis anos na IBM e tem um filho de cinco meses e meio, o pequeno Thomas. Desde o final da gravidez, ela passou a trabalhar em casa, até o dia do parto. Contou com o apoio e a compreensão de sua gerente durante todo o período pré e pós-afastamento. "Sinto que terei apoio e que estou segura. Quando as gestantes se encontram pelos corredores da empresa, é comum comentar que a IBM é o melhor lugar para ficar grávida", brinca.

Não foi diferente para Maurício Muniz, engenheiro de software, pai de Rafael. Ele pôde acompanhar a chegada do primeiro filho e, atualmente, trabalha em casa, beneficiado pelo pós-natal para os pais. "É muito bom. A IBM arca com 75% dos meus gastos com internet nesse período, tenho flexibilidade para esticar o horário de trabalho e dar apoio à minha esposa, porque recém-nascido exige muitos cuidados", avalia.

Participação masculina

Segundo Fabiana Galetol, gerente de clima organizacional e diversidade da IBM, existem diversas ações voltadas para estimular o desenvolvimento na carreira das mulheres. Além dos benefícios, são realizados encontros mensais de executivas e workshops mistos para discutir relações de gênero. E Fabiana acredita que a participação masculina tem crescido nas tarefas domésticas. "Tenho uma filha de dois anos e oito meses, a Laura, e vejo com freqüência pais em reu­niões escolares e consultas médicas sem a esposa", observa.

Na Zanzini Móveis, o carro da empresa também fica à disposição das mães para qualquer necessidade. Segundo a empresária Denise Zanzini, não há sequer necessidade de regular períodos, porque o município de Dois Córregos, onde está a empresa, é pequeno, permitindo flexibilidade no ir e vir. E há confiança entre as partes.

Denise acrescenta que o melhor retorno para as empresas ao apoiarem suas funcionárias quando optam pela maternidade é que essa é uma nova competência que será agregada no dia-a-dia da vida profissional. "Ser mãe proporciona uma visão diferenciada para lidar com gente, para pensar o amanhã, para entender seu papel no mundo. Essa nova sensibilidade contribui efetivamente para empresas mais responsáveis socialmente. E isso não exclui ser lucrativa e competitiva no mercado. Ao contrário, potencializa", diz.

Mais benefícios

A Unimed aposta na informação e realiza dois ciclos de palestras por ano, para todas as gestantes, ministradas por médicos, juristas e pelo próprio RH, abordando temas que vão desde a importância do pré-natal aos direitos da mãe trabalhadora. Para a supervisora jurídica Priscila de Oliveira Veras, grávida do segundo filho, a iniciativa é válida. "Principalmente quando se trata do primeiro filho, porque há muitas dúvidas e inseguranças", afirma. Ela conta que, por exemplo, muitas desconhecem que podem prolongar a licença-maternidade por 15 dias para amamentar o filho, mediante atestado médico do pediatra.

Na Johnson & Johnson existe um programa de horário flexível para os todos os funcionários. Em alguns casos, as mães que voltam da licença maternidade retornam em meio-período por um tempo, até que retomem o expediente totalmente. A empresa oferece, ainda: auxílio-creche na unidade administrativa, em São Paulo, e creche na planta fabril, em São José dos Campos (SP); bolsa maternal para recém-nascidos ou crianças adotadas de até 3 anos; e, claro, como não poderia deixar de ser, um bom desconto em toda a linha de produtos voltados para bebês e crianças na loja J&J.


Fabíola Lago
Fonte: revista Melhor Gestão de Pessoas

I.H

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