Comunicar uma demissão não é uma tarefa nada
agradável. Mas se a decisão é inadiável, o melhor a fazer é conduzir
corretamente a conversa, indo direto ao ponto e, é claro, usando as
palavras adequadas ao momento. Clique em mais informações e saiba mais sobre esse assunto
O cuidado deve ser redobrado caso o chefe
imediato nunca tenha demonstrado, por exemplo, qualquer tipo de
descontentamento em relação ao desempenho profissional do funcionário
que está prestes a receber o cartão vermelho.
"Coloque-se
no lugar da pessoa", aconselha José Augusto Minarelli,
diretor-presidente da Lens & Minarelli, uma das mais conhecidas
consultorias em outplacement e aconselhamento de carreira de São Paulo.
"Inicie e termine a entrevista da mesma maneira que você gostaria de
receber esse tipo de comunicado". O consultor faz questão de ressaltar
que “a demissão deve ser um recurso extremo” e defende a adoção de uma
espécie de minicolegiado, com poderes de decidir ou não pela demissão de
quem quer que seja. Essa estrutura deve ser formada pelo chefe imediato
(que comunicará a demissão), por seu superior e mais um profissional de
RH.
Segundo
Minarelli, com essa iniciativa o líder pode contar com dois aliados de
peso. Além disso, é uma garantia para a empresa de que não está
procedendo de maneira injusta ou parcial.
Se você deseja encerrar uma relação de trabalho de maneira civilizada, veja, a seguir, as recomendações do especialista.
Não fuja da responsabilidade -
Da mesma maneira que o chefe imediato dá a palavra final na hora de
contratar um novo funcionário, é dele a espinhosa tarefa de comunicar a
demissão – sempre com educação, respeito, e compaixão.
Cuidado com o que diz
– Escolha as palavras mais apropriadas para essas ocasiões. É preciso
ser objetivo e sucinto no momento de explicar os motivos da demissão,
mas sem deixar de ser gentil. Minarelli recomenda iniciar a conversa
dizendo coisas do tipo: “quero lhe comunicar que em função de uma
reestruturação na empresa seu cargo foi extinto”. Atenção para não usar
um tom pejorativo. Também não faz sentido ressaltar pontos negativos do
desempenho do funcionário a essa altura do campeonato.
Não prolongue a conversa
– Para evitar embaraços, a comunicação também deve ser feita num tempo
bem curto, não mais de dez minutos. Caso o funcionário sinta necessidade
de “desabafar”, no entanto, o chefe deve demonstrar boa vontade,
paciência e compreensão para ouvir.
Seja discreto
– A conversa dispensa a presença de platéia. O comunicado deve ser
feito na própria sala privativa do chefe ou numa sala de reunião. O
importante é que seja sempre às portas fechadas.
Não demita aos finais de semana
– Se você tiver de demitir um funcionário, faça isso no início da
semana, de preferência entre segunda e quarta-feira. Assim, ele terá
alguns dias úteis “para deixar a ficha cair”, ativar seu networking e
entrar em contato com algumas empresas de seu interesse.
Enfim, preparar-se para buscar outras oportunidades no mercado. Como diz
Minarelli, engana-se quem pensa que dispensando no final da tarde de
uma sexta-feira está beneficiando o demitido, que, teoricamente, teria
mais tempo para se recuperar do choque. “Será um fim de semana terrível
para o profissional”, comenta o consultor.
Informe todos os interessados
– Além de avisar pessoalmente os integrantes da equipe sobre a demissão
do colega, o chefe imediato deve divulgar o desligamento por escrito
para toda a empresa. O mesmo recurso deve ser usado caso o profissional
demitido mantenha contato direto com fornecedores, parceiros, bancos,
entidades de classe etc.
Peça ajuda, se necessário
– A regra de ouro diz que é o chefe imediato quem deve comunicar a
demissão ao funcionário. Mas há situações em que é recomendável contar
com o apoio de um profissional de RH. No caso, por exemplo, de o líder
ter sido recém-contratado e precisar fazer um corte de pessoal. Ou,
então, se o chefe fica muito abalado por ter de demitir uma pessoa com
quem tem um forte vínculo afetivo.
Autora: Cátia Rodrigues
SG
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