SÃO PAULO - O
número de mulheres em cargos de liderança aumentou em todo o mundo no
último ano, mas apresentou queda no Brasil. Ao mesmo tempo, o número de
CEOs mulheres também subiu, tanto no mundo quanto no Brasil. Clique em ''Mais Informações'' e saiba mais sobre esse assunto.
Os dados
fazem parte do "International Business Report 2013", da consultoria
Grant Thornton, que falou com altos executivos de 12,5 mil empresas em
44 países. No Brasil, participaram 300 companhias.
No mundo, as
mulheres ocupam 24% dos cargos de liderança, que incluem presidentes,
vice-presidentes e diretorias, um aumento de três pontos percentuais em
relação ao ano passado. Já no Brasil, elas ocupam 23% da alta gestão,
número similar à média mundial – no entanto, no país houve queda de três
pontos percentuais. Para a sócia da consultoria Grant Thornton Brasil,
Ana Claudia Oliveira, tanto a queda quanto o aumento ainda são baixos
quando se leva em conta o caminho que profissionais mulheres enfrentam
até o topo. "A mulher ainda está brigando por essas posições", diz. Para
ela, a maior dificuldade ainda é conciliar a vida pessoal e
profissional, e falta às empresas – ainda que isso já seja mais
difundido, principalmente em multinacionais – maior flexibilidade de
horário e local para os funcionários.
A China foi o
país que mais apresentou aumento no número de mulheres executivas no
último ano. Lá, a participação feminina em cargos de liderança pulou de
25% para 51% em um ano. Hoje, o gigange asiático lidera o ranking dos
que mais têm mulheres nos cargos mais altos das companhias. "Com o PIB
alto e a abertura da economia, a China abre espaço para todo mundo
crescer, inclusive mulheres", diz Ana Claudia. Polônia (48%), Letônia
(43%), Estônia (40%) e Lituânia (40%) são os próximos no ranking,
enquanto a Europa como um todo têm 25% dos cargos de gestão ocupados por
executivas. O Japão é o último colocado, com apenas 7%.
A proporção de
mulheres ocupando cargos de CEO aumentou consideravelmente entre 2012 e
2013: subiu de 9% para 14% em todo o mundo, e de 3% para 14% no Brasil.
Para Ana Claudia, esse aumento segue uma tendência que tem colocado
mais mulheres em diretorias de destaque na empresa, cargos que são
"chamariz" para chegar ao comando. Das mulheres na liderança, 27% estão
nas diretorias financeiras e outras 27%, nas de vendas, e 21% estão à
frente da diretoria de operações. Quase um terço (32%) está nas
diretorias de recursos humanos. “O perfil multitarefas da mulher ajuda
na tomada de decisão”, diz Ana Claudia.
A Tailândia é o
país que mais possui mulheres CEOs – lá elas são 49% do comando. A
Dinamarca (45%), Alemanha (40%) e Itália (29%) também são destaque. Por
outro lado, Reino Unido, Polônia, Hong Kong e Índia são os lugares com
menos mulheres presidentes de empresas – todos registraram apenas 4%. No
entanto, a Polônia já possui 48% dos cargos de liderança ocupados por
mulheres, o que pode indicar que elas alcancem o topo no futuro. E na
Índia, onde mesmo no nível inicial as mulheres representam apenas 15%
dos funcionários, 42% das empresas têm planos de contratar mais
mulheres.
A participação de
mulheres nos conselhos de administração é ainda menor do que nos cargos
de liderança no geral, ficando em apenas 13% no Brasil e 19% no mundo,
apesar de políticas de cotas já estarem em vigor em países da Europa.
Em todo o mundo, a maioria (55%) se opõe a essas práticas, enquanto no
Brasil o contrário seja verdade – 57% apoiam a adoção de cotas para
mulheres em conselhos.
Fonte: Valor Econômico S.A.
KS
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